quinta-feira, julho 15, 2004

Ano Um / Número 10

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Tábua de Matérias

§ 1. Sumaríssimo
§ 2. Dito e Feito, por P.D.
§ 3. Mains, Paul Verlaine
§ 4. Playmate absoluta do momento X – Frida Kahlo
§ 5. A Explicação das Pássaras, por A.H.
§ 6. Pequena Fenomenologia da Monstruosidade, José Gil
§ 7. De Saída: Número 11 (como sempre às Quintas!)...

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§ 1. Sumaríssimo

E chegamos assim ao Número 10, sem grandes nem pequenos alaridos, passando alegre mas ilustremente desconhecidos, menos satisfeitos com uma certa falta de retorno, o habitual silêncio por assim dizer, tendo em conta o número de almas (se as houvesse) que por cá têm passado enquanto visitas. Oitocentas e trinta e algumas...

A abrir continuamos a contar com a prosa de P.D e do seu indispensável Dito e Feito, para seguirmos com o atrevimento de publicar Paul Verlaine, nestes dias de miséria poética, com Les Mains.

A escolha da playmate recaiu desta vez em Frida Kahlo, vá-se cá saber porquê, e (o mesmo se aplicando ao exercício-de-estilo) continuam as animadas aventuras ornitológicas d’ A Explicação das Pássaras, por A.H.

A Pequena Fenomenologia da Monstruosidade, é algo de uma qualidade que não resistimos aqui a surripiar (sem fins lucrativos, infelizmente...) a José Gil, que dispensa quaisquer apresentações.

E, desta vez, ficamos por aqui mesmo, não avançamos mais, que os tempos estão difíceis...

Boa semana de leituras!

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§ 2. Dito e Feito, por P.D.

A unidade tentada

Agarrar na primeira e fugir à terceira pessoa. Nós e eles afastados de tudo, sem palavra, calados pela presença perigosamente transbordante de mim, o reflexo oblíquo e passivo do pessoal, do recto pronome desejavelmente só. Eu que apenas me sinto a mim quando vós há, não chamados, insistentes e insinuantes como o mundo de todas as partículas insensatas. Forçadamente ensimesmado em ti, repudio-te-me de mim, agora, agora e agora outra vez, tantas quanto necessário, até à próxima.

Declino o nome e só fico eu, adjectivado em branco, impermeável e quieto sobre os ruídos berrantes do plural.

Sou o caçador do oximoro selvagem e mundano, o esbanjador de troféus, o bruto que curte a pele do singular e a transforma em tapetes nos quais, um dia, talvez, possa descansar.

Serei sempre o piedoso assassino de mim.

PD

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§ 3. Mains, Paul Verlaine


Mains.

Mains

Ce ne sont pas des mains d'altesse,
De beau prélat quelque peu saint,
Pourtant une délicatesse
Y laisse son galbe succinct.

Ce ne sont pas des mains d'artiste,
De poète proprement dit,
Mais quelque chose comme triste
En fait comme un groupe en petit;

Car les mains ont leur caractère,
C'est tout un monde en mouvement
Où le pouce et l'auriculaire
Donnent les pôles de l'aimant.

Les météores de la tête
Comme les tempêtes du cœur,
Tout s'y répète et s'y reflète
Par un don logique et vainqueur.

Ce ne sont pas non plus les palmes
D'un rural ou d'un faubourien ;
Encor leurs grandes lignes calmes
Disent «Travail qui ne doit rien ».

Elles sont maigres, longues, grises,
Phalange large, ongle carré.
Tels en ont aux vitraux d'églises
Les saints sous le rinceau doré,

Ou tels quelques vieux militaires
Déshabitués des combats
Se rappellent leurs longues guerres
Qu'ils narrent entre haut et bas.

Ce soir elles ont, ces mains sèches,
Sous leurs rares poils hérissés,
Des airs spécialement rêches,
Comme en proie à d'âpres pensers.

Le noir souci qui les agace,
Leur quasi-songe aigre les font
Faire une sinistre grimace
A leur façon, mains qu'elles sont.

J'ai peur à les voir sur la table
Préméditer là, sous mes yeux,
Quelque chose de redoutable,
D'inflexible et de furieux.

La main droite est bien à ma droite,
L'autre à ma gauche, je suis seul.
Les linges dans la chambre étroite
Prennent des aspects de linceul,

Dehors le vent hurle sans trêve,
Le soir descend insidieux...
Ah ! si ce sont des mains de rêve,
Tant mieux, - ou tant pis, - ou tant mieux.

Paul Verlaine

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§ 4. Playmate absoluta do momento X – Frida Kahlo


Nascimento de Frida.

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§ 5. A Explicação das Pássaras, por A.H.

9. ... dentro nada.

Em casa, tarde como sempre, acordou depois da anterior noitada. Estava velha demais para essas coisas, pensou outra vez. Comeu vagamente duas ou três bolachas de água e sal para não ter de tomar os dois primeiros xanax em jejum. Acordava cada vez mais com as mãos em pleno centro do furacão. Fez um café, acendeu um cigarro e apeteceu-lhe mesmo muito começar a trabalhar mais cedo do que o habitual.

Sentou-se, esperou, não fez rigorosamente mais nada durante muito tempo. Algures o telefone tocou, ecoando pela casa quase vazia, e trouxe-a de volta a alguma realidade. Que horas seriam entretanto? Era Laura a pedir desculpa por ainda não ter regressado como prometido. Conhecera há pouco um grupo de Hambúrgueres, como dizia, e andariam mais dois ou trás dias às voltas pela Toscana, entretendo matariam as horas moribundas com algum fumo de primeiríssima água e um exagero (mesmo para ela) de sexo que também não deixava muito mais a desejar, com a novidade desta ser a primeira vez que não se importava de ser vista, disse, a toda a hora e por terceiros em conscientes esgares lânguidos, o mais em silêncio que a velha caravana não permitia. Contara-lhe tudo em pouco mais de dois minutos, se tanto, tendo ligado de uma qualquer cabina de estação de serviço à beira estrada, ou de algum velho café de aldeola. Desligou. Deixou-a a meio da primeira frase, Estou bem, não te..., sem palavras, suspensa entre alguma irritação, por não ter conseguido sequer abrir a boca, quanto mais dizer-lhe o que quer que fosse acerca dos seus planos para os próximos quatro ou cinco dias, e uma imensa vontade de rir como há muito não fazia já.

Subitamente uma boa disposição acompanhada de muita fome e sede resolveu levá-la a jantar sozinha. Olá noite, pensou. E lá saiu. A ideia era voltar a casa para tornar a rever todo aquele trabalho que não tinha a mínima ideia de ter produzido durante a tarde...
 
Regressou a casa tarde e a más horas, mas bem e em boa hora acompanhada, depois de terem ambos fechado o terceiro bar. Cai a manhã dentro e fora quando a alegra ainda mais a certeza de estar novamente só. Que chuva magnífica depois de uma noite memorável de sexo descomplicado. Pelos vistos, ainda não estariam assim tão bêbados. Virou-se para o outro lado na cama e não quis pensar mais nisso. Estava cansada, ainda, mas muitíssimo satisfeita. Pensou em Max, àquela hora provavelmente fazendo o mesmo, patético como sempre. Entregou-se àquele cinzento apaziguante e nessa manhã sonhou com sapos, muitos sapos, nada nojentos nem aterradores apesar de descomunais. Pelo contrário, pareciam todos sem excepção dotados de um particular olhar doentiamente azul de felicidade. Que sono...

A.H.

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§ 6. Pequena fenomenologia da monstruosidade, José Gil

Pequena fenomenologia da monstruosidade

Existe uma tendência muito difundida nos autores que trataram da etimologia da palavra "monstro" em associá-la com monstrare e a traduzir este verbo por "mostrar", até mesmo "por indicar com o olhar". Etimologicamente, contudo, monstrare significa muito menos "mostrar" um objecto do que "ensinar um determinado comportamento, prescrever a via a seguir". Mas a atracção entre monstrare e "mostrar" é de tal modo irresistível que bem parece não se prender apenas à homofonia das palavras. Ate mesmo um Scipion du Pleix, que não se engana quanto ao sentido, faz referência ao olhar: "os monstros foram assim chamados por antífrase e sentido contrário à palavra porque se mostram e vêem raramente ou, segundo outros, monstra quasi minestra a monendo, como quem diria admonestemens, pois, diz Festus Pornpeius, eles admoestam-nos e previnem da ira dos deuses".
Comparemos com a origem que Liceti dá do termo no seu Tratado dos monstros: "os monstros não se chamam pois assim por serem sinais que pressagiam de algum modo coisas vindouras: mas é por serem como são que a sua novidade e extravagância nos fazem considerá-los com admiração, surpresa e espanto e cada um os mostra reciprocamente. Trata-se de um comportamento comum entre os homens que, quando alguém viu algo de maravilhosamente extravagante, o mostra aos vizinhos ou àqueles que encontra. E mesmo quando não encontram ninguém a quem contar a sua surpresa e espanto por ter visto esse monstro, não descansa até encontrar alguém a quem o mostrar. De tal maneira o homem gosta de mostrar a outro o que ele próprio viu de raro e surpreendente!"
Entre du Pleix e Liceti que defendem opiniões opostas, há um ponto comum: o facto de serem raramente vistos, segundo o primeiro, dá aos monstros a capacidade de se tornarem sinais extraordinários; e a propriedade de dar muito a ver constitui, para o segundo, um laço de comunicação social particular. Em ambos os casos, uma relação com o olhar.
Uma fenomenologia da monstruosidade revelaria sem dúvida que o fascínio provocado pela visão de um monstro refere-se, em primeiro lugar, à superabundância de realidade que ele oferece ao olhar. Esbocemos alguns passos nessa direcção.
Um monstro é sempre um excesso de presença. Que a anomalia seja um corpo redundante ou a que faltem órgãos, é necessariamente marcado por um excesso. O monstro combina os elementos de que é formado de tal maneira que a sua imagem contém sempre mais substância que uma imagem vulgar. Como entidade, não manifesta privações ou faltas; nunca um desses corpos sem cabeça das raças do Oriente é apreendido como menos que um homem, menos que um corpo, quer dizer, como um homem ou um corpo diminuídos. Quando os autores, de Isidoro de Sevilha a Liceti, tentaram classificar os monstros, a mutilação, a ausência de um membro ou de um órgão desempenhavam um papel de critério positivo, ao mesmo título que as "partes supérfluas". É reconhecer implicitamente a pertinência e autonomia de criaturas que, apesar de aparentemente privadas de algo, justificavam a criação de uma categoria à parte, admitindo assim a sua paradoxal compleição: a falta de órgãos transformava-se num traço presente.
É verdade que estas classificações eram frequentemente tributárias das concepções aristotélicas – o que confirmaria ainda mais a ideia que o excesso se sobrepõe e submerge a falta na formação do monstro.


Monstro 1.

Para Aristóteles, se a matéria não é totalmente exposta, durante a gestação, à acção da forma, o monstro nasce, realizando o caso de um excesso de matéria não moldada. Outras classificações, como as de Johann Schenk e de Aldrovandi, já não se referem à deformação por mutilação, caracterizando os monstros pela configuração corporal que apresentam – configuração essa que se basta a si própria.
Se considerarmos agora um monstro que resulte da conjunção de duas ou várias espécies – como o Minotauro, a Sereia, o Sátiro – constata-se o mesmo excesso. Ao Minotauro não falta nem uma parte de homem nem de touro; não é nem um corpo-humano-sem-cabeça-que-possui-uma-cabeça-de-touro, nem uma cabeça-de-touro-sem-corpo-suportada-por-um-corpo-de-homem. E quando a falta existe (de um órgão), o monstro tem a particularidade de, ao contrário do corpo "normal", a anular totalmente: o Ciclope não é um ser ao qual falta um olho, mas um gigante que possui um olho na testa.
Por um estranho efeito, a combinação das duas partes heterogéneas produz sempre um excesso de substância que não tem a ver com as dimensões da representação. Do mesmo modo, o homem sem cabeça só se mostra privado para melhor exibir a sua superabundância de ser, distinguindo-se nitidamente do doente afectado por privação de saúde.
Este fenómeno singular próprio dos monstros, concede-lhes uma autêntica vocação para a representação. Melhor ainda: tudo se passa como se o monstro não apenas fosse senhor de uma aptidão privilegiada, mas também se desse como uma espécie de modelo de representação pura (aqui, o termo não designa a "representação" do século XVII, mas o acto de apresentação de uma realidade). Por que razão a imagem monstruosa nos comunica um excesso de ser? Porque manifesta maior realidade do objecto, mais pormenores, mais conteúdo que uma imagem vulgar. Mas tal não basta para produzir mais ser, pois o que o monstro dá a ver, para lá da materialidade das coisas vistas, é o que subentende delas. O transbordamento que o monstro veicula ultrapassa o conteúdo representado, está para lá da sua origem e da sua causa. O que existe de irrecusável no monstro é esse excedente absoluto de substância, para além dos modos: há uma prova ontológica da existência do monstro que, do excesso de realidade dada na sua representação conclui a certeza da sua existência – e isto tem certamente algo a ver com o estatuto quase real (e quase simbólico) dos monstros biológicos.
Apesar da sua etimologia, o monstro mostra. Mostra mais que tudo o que é visto, pois mostra o irreal verdadeiro.
O monstro é, ao mesmo tempo, absolutamente transparente e totalmente opaco. Ao encará-lo, o olhar fica paralisado, absorto num fascínio sem fim, inapto ao conhecimento, pois este nada revela, nenhuma informação codificável, nenhum alfabeto conhecido. E, no entanto, ao exibir a sua deformidade, a sua anormalidade – que normalmente se esconde – o monstro oferece ao olhar mais do que qualquer outra coisa jamais vista. O monstro chega mesmo a viver dessa aberração que exibe por todo o lado a fim de que a vejam. O seu corpo difere do corpo normal na medida em que ele revela o oculto, algo de disforme, de visceral, de "interior", uma espécie de obscenidade orgânica. O monstro exibe-a, desdobra-a, virando a pele do avesso, e desfralda-a sem se preocupar com o olhar do outro; ou para o fascinar, o que significa a mesma coisa.


Monstro 2.

O que é um olhar fascinado? Aquele que subitamente se sente atraído pela coisa vista (a qual pode ser outro olhar) e perde a liberdade. Afunda-se no que vê porque o que se dá assim a ver reenvia a outra coisa que não se deixa captar. No fundo do percepcionado, para lá do percepcionado, mas no seu interior, jaz o segredo que o olhar procura. O monstro fascina porque se rodeia de apelos que emanam da sua própria transparência. Não despegar mais o olhar da sua imagem para penetrar cada vez melhor no sentido da mensagem; aderir e tornar-se surdo ao resto, permanecer assim perdido e esquecido – eis o fascínio a que a percepção do monstro nos convida.
Mas, na realidade, o olhar nada vê; fica suspenso nessa revelação-ocultação que é a imagem do corpo monstruoso. O monstro mostra o interior do corpo – ou antes, é o resultado do revirar da pele do corpo normal, da transformação deste em corpo de órgãos aparentes que proliferam desordenadamente. Corpo decomposto em órgãos e órgãos à flor do olhar – o horror que tal espectáculo provoca prova que os órgãos não são para ser vistos, mas apenas pensados. A transparência do corpo é isto: o interior visceral à flor da pele.
O que fascina é que esse interior "se corporize" e que não seja realmente um corpo – pois não tem alma. Ao mostrar o avesso da pele, é a sua alma abortada que o monstro exibe: o seu corpo é o reverso de um corpo com alma, é um corpo que atacou a alma absorvendo-a numa parte corporal. Ao revelar o que deve permanecer oculto, o corpo monstruoso subverte a ordem mais sagrada das relações entre a alma e o corpo: a alma revelada deixa de ser uma alma, torna-se, no sentido próprio, o reverso do corpo, um outro corpo, mas amorfo e horrível, um não-corpo. Que monstruosidade carrega o monstro teratológico com ele? A de uma alma feita carne, vísceras e órgãos.
O corpo do monstro comunica talvez uma coisa terrível nesta subversão do normal que provoca: uma catástrofe futura, uma desgraça que anuncia a vontade divina. Não sabemos. Da desgraça vindoura apenas recolhemos o medo. O monstro vem para avisar e encher os homens de angústia. Assim, entre a transparência que se revela totalmente ao olhar e a opacidade da mensagem divina, o monstro só oferece a adequação entre dois incompreensíveis, um o sentido e o outro sinal, um sabido e outro visto, ameaçando afogar o olhar nos seus sortilégios vazios.
Liceti traduziu tudo isto ao dizer que o homem que descobre um monstro só tem descanso após tê-lo mostrado a outra pessoa. Acrescente-se: para não ficar preso no fascínio nascente.
Que Liceti, neste texto em que se refuta a concepção do monstro como Sinal (augúrio), o reduza também a uma curiosidade para a multidão, atesta já o fim da crença nos monstros como prodígios anunciadores da vontade de Deus e o seu tratamento pré-científico como objecto dessacralizado.
O texto torna-se mais interessante quando Liceti descreve a percepção do monstro como tendo a ver com uma certa comunicação social: “cada um o mostra reciprocamente”.
À falta de ser um sinal do céu, mostram-no na surpresa que suscita a sua novidade e extravagância. Porque tal agitação no meio da multidão? Para não ficar fascinado no horror da sua própria imagem enlouquecida, monstruosa – sou eu, isso, esse corpo com duas cabeças, é isso o meu ser, a minha identidade, a minha alma? Toda a gente procura pôr cobro à atracção da identificação, tranquilizando-se no apelo à cumplicidade do vizinho. Atracção angustiante: nesse monstro humano que eu vejo há simultaneamente um outro homem e eu mesmo, todos os seres humanos que correm o risco de ser apanhados na suspeita de monstruosidade. Esse monstro precisa de ser afastado, posto à distância e voltar a ser introduzido no discurso de todos os dias: far-se-á dele uma curiosidade (de feira) e ele tornar-se-á paradoxalmente num factor libertador da angústia. Reordenará do exterior as relações entre os homens sem os fazer sofrer um constrangimento comum; sem os obrigar a acorrentar-se a um modelo rígido e permitindo-lhes reconhecer-se como humanos, iguais, singulares e diferentes uns dos outros. Os homens precisam de monstros para se tornarem humanos.

José Gil, in Monstros, Quetzal, 1994.

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§ 7. De Saída: Número 11 (como sempre às Quintas!)...